Conheça em detalhes tudo o que há nas motos que fazem bonito nas pistas do MotoGP e suas réplicas de rua
“Correr, competir, eu levo isso no meu sangue. É parte de mim. É parte da minha vida”. A frase que começa a reportagem especial desta semana é de ninguém menos do que do tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna, maior piloto brasileiro e considerado o melhor de todos os tempos na categoria.
Na principal categoria do motociclismo mundial, o MotoGP não é diferente, os esportistas estão lá para competir volta a volta e cada centésimo perdido em uma curva mal feita, ou mesmo qualquer erro nos boxes pode tirar o pódio de um piloto.
Muitos dizem que os corredores levam a moto no braço, o que não deixa de ser verdade. Porém, as máquinas sobre duas rodas ajudam e muito pilotos a fazerem corridas incríveis, ou verdadeiros fiascos.
Na reportagem especial do MotoVrum desta semana, trouxemos para você todos os detalhes dessas verdadeiras obras da velocidade e toda a tecnologia que as envolvem. Além disso, de lambuja, você vai conhecer as motos de rua que foram inspiradas nesses modelos de corrida. Delicie-se.
Honda RC212V
A eterna segunda colocada da MotoGP leva as cores da marca de combustíveis Repsol. A parceria nipo-espanhola consegue bons resultados em campeonatos mundiais, mas talvez seu grande problema seja uma certa Fiat Yamaha em seu caminho, que um dia pode ser vencedora.
A RC212V tem um motor de 800 cc e chegou ao mundial em 2006 para substituir a velhinha RC211V. Em relação ao modelo antigo houve também uma evolução eletrônica com aperfeiçoamento que permite suavizar a entrega de potência do motor V4 refrigerado a ar. A roda dianteira recebe uma suspensão telescópica, enquanto a pro-link se encarrega de fazer o balanceamento na parte traseira, e os freios de disco duplo na frente e simples atrás estão encarregados de parar este verdadeiro monstro de 150 quilos.
Dani Pedrosa, um dos pilotos da RC212V, afirmou ter gostado muito do modelo 2010, no entanto, o companheiro de Andrea Dovizioso ressaltou que o maior desafio está na suspensão Ohlins que os bólidos receberam neste ano.
Ocupando a segunda colocação do mundial com 97 pontos, a Repsol Honda tem grandes chances de conquistar algo mais do que vices-campeonatos, principalmente com o Valentino Rossi fora do páreo.
Honda CBR 1000RR Fireblade – a versão de rua
Uma das mais potentes motos já desenvolvidas por uma das mais tradicionais fabricantes de motocicletas do planeta. Assim, podemos definir a Fireblade, que desde abril está nas concessionárias brasileiras com cores e grafismos bem impressionantes. Reunindo tecnologia com alta performance, esportividade e segurança, o modelo é inspirado na Honda RC212V, motocicleta que participa do campeonato mundial de MotoGP, e oferece o máximo de esportividade e prazer à pilotagem, com respostas imediatas à aceleração e grande maneabilidade, que é reconhecidamente uma de suas maiores virtudes.
Toda a sua potência está no motor de 999,8 cm³, com quatro cilindros em linha, DOHC (Double Over Head Camshaft), 16 válvulas, alimentado por injeção eletrônica PGM-DSFI (Programmed Dual Sequential Fuel Injection System) e arrefecido a líquido. O conjunto gera potência máxima de 178,1 cv a 12.000 rpm e torque de 11,4 kgf.m a 8.500 rpm.
Só a potência desta moto já é maior do que as que correm pelos circuitos mundiais, que não passam das 800 cc, embora ano que vem os modelos chegarão as 1000 cc.
Transmitindo segurança e eficiência, o conjunto de suspensões traz a mais alta tecnologia Honda das pistas de competições. A dianteira é do tipo telescópica invertida (Upside Down) e conta com seis regulagens de velocidade de compressão e retorno, garantindo maior estabilidade e controle. A traseira é Unit Pro-Link com sistema HMAS (Honda Multi Action System) e reservatório de gás, que permite múltiplas regulagens na velocidade de compressão e retorno do amortecedor e da tensão da mola.
Ficha técnica
Moto: Honda CBR 1000RR FireBlade
Motor: 4 tempos, DOHC, arrefecimento líquido
Cilindrada: 998.8 cc
Potência: 178,1 cv a 12.500 rpm
Torque: 11,4 kgf.m a 8.500 rpm
Alimentação: injeção
Partida: elétrica
Tanque: 17,7 litros
Peso: 177 kg
Cores: preta, prata metálica com detalhes em laranja e branca perolizada com grafismos alusivos às cores da HRC (Divisão de Competições da Honda)
Preço Médio: R$ 62.411 (FIPE)
Yamaha YZR-M1
Simplesmente a melhor máquina do mundial, e ainda por cima conta com os dois melhores pilotos também, Jorge Lorenzo e Valentino Rossi, embora o último esteja machucado e provavelmente não corre mais este ano no mundial. Quer conhecê-la melhor?
Uma moto de quatro cilindros refrigerado a ar é o que impulsiona esta moto de 800 cc, que na verdade é uma adaptação da antiga 990 cc que fez sucesso em suas cinco primeiras temporadas.
Um sistema de injeção de combustível foi aprovado em 2003, quando a cilindrada ainda batia na casa das 1000. No entanto, segundo a própria Yamaha Racing, a melhora do desempenho em relação aos modelos anteriores é a introdução de um intervalo de queima irregular e uma cabeça de válvula de quatro cilindros. Seis marchas na transmissão fazem a moto criar aquela velocidade tão característica que a equipe vem desenvolvendo ao redor do globo.
Com Valentino Rossi de molho, a Fiat Yamaha vem correndo apenas com Jorge Lorenzo, que é o atual líder do campeonato. Isso faz da Yamaha, com 120 pontos em 2010, mais uma vez, a moto a ser batida pelas concorrentes.
Yamaha YZF-R1 2010
Sucesso das pistas para as ruas e se não fosse os itens de segurança como retrovisores e faróis, exigidos por lei para que as motocas possam rodar nas ruas das cidades brasileiras, e apenas uma letra no nome da moto, a YZF-R1 2010, poderia se passar facilmente pela YZR-M1, de Valentino Rossi.
Mas, sem dúvida, a grande novidade da R1 2010 é o propulsor de quatro cilindros em linha, DOHC, com refrigeração líquida que manteve a mesma capacidade cúbica do anterior: 998 cc. Mas as semelhanças com o motor que equipa sua antecessora param por aí. Tudo, do virabrequim ao cabeçote, é novo.
Aliás, o virabrequim do tipo “crossplane”, como os utilizados nos motores V8, é a grande novidade desta R1. Originário do motor da YZR M1 de Rossi, nesse tipo de virabrequim cada biela está posicionada a 90°. Dessa forma, o intervalo de ignição não sequencial (270°-180°-90°-180°) proporciona um torque ainda mais linear e controlável.
O torque da nova R1 está ligeiramente superior, porém mais constante: agora são 11,8 kgf.m a 10.000 rpm, contra os 11,5 kgf.m do modelo anterior – isso sem a indução direta de ar que atua em altas velocidades. A potência também aumentou timidamente sem a indução de ar. Subiu dos 180 cv anteriores para 182 cv a 12.500 rpm.
Ficha técnica
Moto: Yamaha YZF-R1 2010
Motor: 4 tempos, DOHC, arrefecimento líquido
Cilindrada: 998 cc
Potência: 182 cv a 12.500 rpm
Torque: 11.78 kgf.m a 10.000 rpm
Alimentação: injeção
Partida: Eelétrica
Tanque: 18 litros
Peso: 184 kg
Cores: preta
Preço Médio: R$ 61.400 (FIPE)
Suzuki GSV-R
São exatamente 800 cc que fazem esta moto correr nas pistas pelo mundo, embora atualmente não venha fazendo um bom campeonato, a Suzuki GSV-R, pilotada por Loris Capirossi e Álvaro Bautista, tem um bom conjunto mecânico, parece que os pilotos não ajudam mesmo.
A maioria das motos de competição usam a carburação como alimentação, no caso da GSV-R, a injeção eletrônica é que tem o papel de mandar combustível para a câmara de combustão. Os freios desta Suzuki são de disco duplo na frente com pinça de quatro pistões, e um disco de aço inoxidável na traseira com pinça de dois pistões.
A marcha de seis velocidades da moto azul japonesa fazem seu motor de quatro tempos, V4, refrigerado a água, ferver nas pistas. Contudo, mesmo com o belo conjunto, a GSV-R ocupa apenas a quarta, que também é a última, posição no Mundial de Construtores com somente 23 pontos. Com praticamente metade do campeonato disputado, e sem um piloto que possa competir com Jorge Lorenzo e companhia, a GSV-R, que já foi referência do meio, este ano terá o simples papel de coadjuvante, sendo assim o modelo inspirado na original tem mais chance de dar certo.
Suzuki GSX-R750
Não seria errado dizer que as modernas motos de corridas foram inspiradas nela, a GSX-R750 de 1985. Baseada no trabalho desenvolvido nas pistas e construída com baixo peso, elevada potência de motor e chassis em liga de alumínio, o modelo sempre ofereceu um rendimento nunca antes visto em uma moto e dominou as competições com modelos produzidos em todo o mundo.
Descendente direta da primeira GSX-R original de corrida, a GSX-R750 2011, com um avançado motor, chassi refinado e estilo emocionante, foi produzida para definir novos padrões da engenharia, oferecendo o melhor desempenho de uma esportiva de respeito.
Seu motor de 750 cc, 4 cilindros com refrigeração líquida, 16 válvulas de titânio e DOHC, mais potente, eficaz e limpo, jamais tinha sido produzido pela Suzuki.
O SRAD (Suzuki Ram Air Direct) permite a entrada de ar direto no motor em alta pressão, o que melhora a queima do combustível e aumenta a eficiência do motor.
O modelo aerodinâmico desta máquina parece cortar o ar e seu avançado sistema S-DMS permite ao piloto escolher o modo de pilotagem de acordo com sua preferência.
O amortecedor de direção, controlado eletronicamente, admite uma menor rigidez em baixas velocidades e normal em altas. O que é ideal para facilitar as manobras como estacionar.
Ficha técnica
Moto: Suzuki GSX-R750
Motor: 4 tempos, DOHC, arrefecimento líquido
Cilindrada: 750 cc
Potência: 150 cv a 13.200 rpm
Torque: 8,8 kgf.m a 11.200 rpm
Alimentação: injeção
Partida: elétrica
Tanque: 17 litros
Peso: 167 kg
Cores: preta, azul, branco e laranja
Preço Médio: R$ 49.335 (FIPE)
Ducati Desmosedici GP10
Vermelha e italiana como a Ferrari, a Ducati é vista por muitos como a representante do carro do cavalinho nas máquinas de duas rodas. No entanto, o desempenho da Desmosedici GP10 não conseguiu ainda acompanhar o ritmo dos outros times. Mesmo assim, vale a pena conhecermos mais sobre esta máquina por dentro: são 799 cc refrigerados a ar em um motor V4 de quatro válvulas por cilindro.
A suspensão de garfo na roda dianteira e amortecedor traseiro ajustável sustentam esta máquina de 150 quilos, e para parar a Desmosedici GP10 há dois discos de 320 mm de carbono na dianteira, com pinça de quatro pistões, e um disco de aço inoxidável na traseira com pinça de dois pistões.
A Ducati tem seis marchas com transmissão alternativa disponível e embreagem seca. Os bólidos pilotados por Casey Stoner e NickY Hayden ocupam a terceira colocação no Campeonato Mundial de Construtores, com 65 pontos.
Ducati 848
Feita para correr. Falando dessa forma até parece que alguma moto esportiva não foi construída para isso, porém, na Ducati 848 isso salta aos olhos. Apresentada em Milão, em 2008, em uma cor branca perolizada, a máquina italiana substitui à altura o modelo 749 com certa folga, e com cinco quilos a menos que a antecessora.
A semelhança dela com a Desmosedici guiada por Casey Stonerm, além de correr, é claro, está no painel. Fora o conta-giros e o velocímetro, a 848 traz um computador de bordo que informa ao piloto o consumo, temperatura do óleo e do ar e um cronômetro que é acionado por um botão.
O motor é um caso a ser comentado à parte: são 849 cc distribuídas em 2100 mm de comprimento e uma potência que pode chegar a 134 cv a 10.000 rpm. Com um motor despejando toda essa força em uma moto compacta, como é o caso dessa Ducati, precisaria de um freio robusto para segurar toda essa fúria, e foi isso que os italianos fizeram. Um disco duplo flutuante, de 320 mm de diâmetro, com pinças de quatro pistões para segurar as rodas da frente, e um traseiro de disco simples, com 245 mm, para segurar a roda traseira com um pinça de dois pistões. E o um estilo suave de pilotar essa italiana deixa qualquer um com vontade de se arriscar nas pistas de corrida.
Ficha técnica
Moto: Ducati 848
Motor: 4 tempos, bicilíndrico,DOHC, arrefecimento líquido
Cilindrada: 749 cc
Potência: 134 cv a 10.000 rpm
Torque: 9,8 kgf.m a 8.250 rpm
Alimentação: injeção
Partida: elétrica
Tanque: 15,5 litros
Peso: 168 kg
Cores: vermelha e branca perolizada
Preço Médio: R$ 61.028 (FIPE)
Falando nisso…
Mundial de Motovelocidade
Já que o assunto é MotoGP, continuaremos falando nele, mas sem esquecer de comentar sobre Jorge Lorenzo. O piloto espanhol da Fiat Yamaha está preenchendo o vazio deixado por Valentino Rossi na equipe, e segue sem tomar conhecimento dos adversários.
Na corrida disputada no circuito de Silverstone, que depois de 24 anos voltou a sediar uma corrida de motovelocidade, Lorenzo largou na pole, mas nas primeiras sete voltas não teve vida fácil com seu compatriota Dani Pedrosa, da Hepsol Honda, na sua cola, a ponto dos dois corredores trocarem posições.
Contudo, a Fiat Yamaha mostrou que, além dos melhores pilotos, possui também as melhores máquinas – que mais uma vez estão brigando para conquistar o título – e Jorge Lorenzo venceu o desafio em Silverstone, chegando em certos pontos da corrida a ficar cinco segundos à frente do segundo colocado.
Completaram o pódio Andrea Dovizioso (Hepsol Honda) e Ben Spies (Monster Yamaha), segundo e terceiro lugares respectivamente
Fonte: Revista MotoVrum
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